Cheguei na redação bem tranquila, mal sabendo que seria minha primeira vez. Não pensem bobagem. Seria minha primeira vez em uma comunidade carioca. Partimos para a comunidade do Danon, em Nova Iguaçu , na chama Baixada Fluminense. Atravessamos a famosa Linha Vermelha e uma paradinha para o típico café na padaria, também para o kit de sobrevivência em morros: filtro solar + repelente contra mosquito da dengue. A pauta era mais uma de acompanhamento do “caso Juan”, o menino que desapareceu nesta mesma comunidade após uma operação da polícia no último dia 20. A previsão era de que cães farejadores ajudassem, já que havia denúncia de que o corpo podia estar em algum dos poços de água.
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Não senti medo. Quem me conhece sabe eu não sou medrosa. Eu, o repórter Francisco Edson, o fotógrafo Fábio Gonçalves e o motorista Carlos subimos o morro acompanhando os policiais do Grupo de Operações de Inteligência da Corregedoria da PM (GOIC). Acompanhe nossa subida. O vídeo treme, óbviamente, porque eu estava andando e pisando em terreno íngreme, mas dá para sentir a emoção.
Como vocês viram no vídeo lá em cima estava a casa da vítima e tivemos sorte de encontrar o pai dele. Foi uma exclusiva. Ninguém antes havia conseguido encontrá-lo e nós o encontramos por acaso. Jornalismo também é jogo de sorte. Não vou exibir o vídeo com a entrevista dele por questões éticas. Ele está ameaçado de morte e tem medo das represálias. Outra coisa que aprendi: ainda existem profissionais éticos. O fotógrafo também não fez foto dele. Depois seguimos para a Delegacia de Homicídios de Belford Roxo, também na Baixada. Almoço no caminho, regado a muita discussão jornalística. Abaixo um trecho da entrevista com nosso grande (literalmente) repórter. Estamos no ar!
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