Hoje a saída com a reportagem não teve muitas novidades. O assunto: bueiros. Ultimamente só falo neles, então vamos mudar o foco. Não existe boa reportagem sem boas imagens certo? E quem é o responsável por elas? O fotógrafo, óbvio. Pelas universidades a fora existem muitos estudantes de Jornalismo apaixonados pela fotografia. Para essas e para outros que admiram ou praticam de forma amadora esta arte, entrevistei o repórter fotográfico do jornal O Dia, Carlos Moraes. Com 30 anos de profissão, sendo mais de 20 no mesmo veículo, ele revela-se apaixonado pelo que faz. Especializado em cobertura esportiva, já conquistou vários prêmios de fotojornalismo. Em quatro perguntas básicas, feitas durante nossa pauta, ele conta como começou e fala de fotografia com sua técnica e paixão.
ON AIR: Como você começou nessa profissão?
Moraes: Comecei como laboratorista, que é aquela pessoa responsável por revelar os filmes (antigamente era filme fotográfico). Eu revelava, passava as fotos para o editor cortar e copiava. Comecei a gostar de imagens e despertou meu interesse. Um dia meu chefe na época chegou, alcançou dois filmes, de 24 poses, rebobinado, uma câmera e uma lente e me mandou para um treino do Flamengo. E o Flamengo naquele tempo era um timaço, com Zico e companhia. Cheguei lá com aquele receio de iniciante e não tive vergonha de pedir ajuda aos fotógrafos experientes. Deu certo. Está dando até hoje.
ON AIR: O que representa a fotografia na sua vida?
Moraes: Puxa, boa pergunta. É amor, paixão. É deixar a foto vir até você. É ter um olhar clínico para saber que aquilo vai dar um boa foto, produzir. É uma arte e não somente disparar e depois apagar. Sou fotógrafo 24 horas por dia. Já viajei para vários lugares por esta arte.
ON AIR: Qual foi o seu melhor clique?
Moraes: Fotógrafos vivem de sorte. As vezes uma pauta furada pode render a imagem da sua vida. Eu estava fazendo uma matéria sobre os cães farejadores, sobrevoando comunidades em um helicóptero, quando flagrei policiais rendendo e executando dois jovens no Morro da Providência. Foi sorte estar lá. Esta imagem me rendeu vários prêmios, entre eles o Esso, o Embratel e o Vladimir Herzog.
A premiada foto no Morro da Providência |
ON AIR: Quais suas dicas para quem está começando no fotojornalismo?
Moraes: De maneira geral estar atento. Um fato importante não pode ser repetido. Você não pode pedir para o atacante repetir o gol. Aconselho perder o vício de ficar olhando o visor da câmera. Antigamente isso não era possível e as imagens eram geniais. Em termos técnicos, para quem esta começando, há coisas básicas: ter uma câmera semi-profissional, noções de edição e de fotografia e saber regular a luz. Isso é fundamental. Não esqueçam: câmera é igual roupa. Tem de se estar com ela sempre.
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