quarta-feira, 20 de julho de 2011

Dois dias em um

Ontem, nunca se começa uma reportagem com essa palavra. Se é ontem ou é suíte (desdobramento do fato) ou é velho e se é velho não é notícia. Acontece que ontem eu fiquei em dívida com os leitores do blog. Não postei uma linha. O motivo? Estava doente. Uma gripe veio me derrubar. Deve ser fruto dos excessos do fim de semana. Mesmo estando mais para lá do que para cá fui à redação. Eu, o repórter Francisco Edson, o repórter fotográfico Alexandre Vieira e as equipes do Jornal Extra e Profissão Repórter, tomamos um chá de cadeira em frente a Corregedoria da Polícia Civil. Esperávamos pela perita que atestou ser de uma menina o corpo que na verdade era do menino Juan, aquele caso que vocês certamente acompanham. Com uma dor de garganta insuportável só sei que escureceu tudo. Pressão baixa. Foi necessário sal e água gelada para me reanimar. Sim, os coleguinhas (jornalistas) são solidários.

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Hoje, já recuperada, cheguei cedo na redação. A pauta seria um tanto quanto sinistra: denunciar vans de transporte ilegal em Campo Grande e Ilha do Governador, com o repórter Diogo Dias (que reclamou não conseguir comentar neste blog). Após uma conversa o chefe de reportagem achou que seria perigoso para mim. Fui para uma pauta de polícia em Niterói, Região Metropolitana, com a repórter Isabel Boechat e o repórter fotográfico Paulo Araújo.

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O CASO: Por volta das 6h da manhã o cirurgião vascular Nelson Vieira, 60 anos, foi baleado na boca enquanto dirigia por uma rua de Niterói. Mesmo ferido ele conseguiu dirigir até um hospital próximo. Pouco mais de 6h depois, policiais da 77º DP efetuaram a prisão de três suspeitos no mesmo local do crime. Uma denúncia anônima dava conta de que um veículo com mesma placa de onde surgiu o disparo estava próximo ao local. Na abordagem as várias contradições e o fato de estarem armados levou a detenção. Um dos envolvidos é bombeiro e supostamente com ligações com a milícia. Os suspeitos confessaram que foram pagos para cometer um crime e além das armas possuíam luvas, algemas, cordas, faca, maquina fotográfica, celulares, entre outros. A investigação segue apurando se o médico foi baleado por engano, já que a descrição do alvo dos acusados é outra.

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O que tenho aprendido nesses últimos dias de mais relevante e que quero compartilhar com vocês é que as equipes de reportagem se ajudam na rua. A concorrência fica para o corporativismo das empresas. As conversas nos almoços também são lições para mim.  E como gostam de contar histórias heim? Penúltimo dia e já estou na saudade. Na sequência um vídeo feito no momento da chegada dos suspeitos a DP. Estamos no ar!

2 comentários:

  1. O Rio, mesmo depois daquela ação do BOPE, continua pegando fogo. Que venha a copa.

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  2. Para a Copa e Olimpíadas teremos um acordo básico entre traficantes e a polícia e ficará tudo "certo". No Pan funcionou né? Pois é...

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